sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quem é o autor do massacre da escola?

Levei algum tempo pesquisando para ter, de varias fontes, informações sobre o perfil de comportamento do autor do massacre da escola de Realengo, no Rio de Janeiro.
Lendo alguns textos, reportagens, assistindo a vídeos, nos mostra nitidamente uma pessoa com perturbações e transtornos. Mas será que há uma patologia por trás desse comportamento? Que patologia é essa? É a mão do terrorismo sendo usada nesse massacre? Essas perguntas passaram pela cabeça das pessoas, e pelos textos durante a última semana.
Deixarei em anexo, dois links que usei de base para escrever esse texto, para que possam ter suas próprias conclusões.
Nesses textos, deixa claro que o assassino apresenta uma confusão de cunho religioso, junto com uma idolatria pelo atentado terrorista de 11/09/2001. Mostra também uma mudança de comportamento, após o falecimento de sua mãe, pois seu comportamento passou a ser de isolamento, e suas buscas pela religião e curiosidade pelas ações de 11/09 também ganharam força no seu pensamento. Nesse período, muito provavelmente já sob os sintomas de uma doença, busca ingressar em uma religião muçulmana. Esse ingresso nessa religião, já era pelo fato de estar tomado pela persona (termo que vem do grego e é o nome dado as máscaras usados no teatro grego para representar papéis) de um terrorista, ou seja, vivenciando esse papel, de todas as formas possíveis, como vemos noticiado diariamente. Ou seja, a partir desse momento, já eram os sintomas da doença que falavam mais alto, influenciando no seu comportamento e alterando-o. Essa persona era somente uma da várias que vivenciava no seu cotidiano, como por exemplo: filho, crente de uma determinada religião, terrorrista. Provavelmente, não houve outras influência sno seu comportamento, devido ao seu isolamento, que é um dos sintomas da doença, o que torna mais fácil, que uma dessas personas tomasse conta e passasse a agir somente de acordo com ela.
Gravar vídeo, analisar os locais, fazer vítimas inocentes como um sacrifício pela sua atitude heróica e por fim, o suicídio, revelam todas as ações por trás dessa persona do terrorista que o assassino usou, sem dúvida alguma, movido por delírios de ser um terrorista.

Nota de rodapé 1: Delírios são um conjunto de idéias mórbidas que traduzem uma alteração fundamental do juízo no qual o doente crê com uma convicção inabalável

A vivência através dessa persona mostra que é de fato um terrorista e vivencia todas as ações que correspondam a um deles. Junguianamente, falamos que esse indivíduo foi tomado pela persona, como em um eclipse lunar, onde Terra entra em frente a Lua, e só passa a existir uma sombra dela, quem toma conta é uma outra parte da psique, que está representada nessa persona.
Esses delírios, vivenciados através dessa persona, nos apontam para qual doença esse rapaz estaria sofrendo. Essa doença chama-se esquizofrenia paranóide e tem tratamento.
São sintomas dessa patologia: idéias delirantes, pensamentos irreais, alterações do comportamento, ansiedade, impulsos ou agressividade, isolamento social, apatia, indiferença emocional.
Todas essas características ficam evidentes quando assistimos ao vídeo do assassino relatando como organizou e estudou sua investida final na escola e lemos sobre seus atos na escola.
Como disse, essa patologia tem tratamento. Tanto medicamentoso, atualmente sem as reações adversas que haviam antigamente com o uso dessas medicações, e também pela psicoterapia, para que o sujeito tenha claro qual o funcionamento de sua patologia e principalmente como conviver com ela.
Portanto, tenhamos cuidado antes de entendermos que as motivações foram religiosas pois  acredita-se que os muçulmanos pregam esses atos ou de que determinadas pessoas ou influências possam determinar esse comportamento. Não podemos ser preconceituosos a esse ponto!
Mas devemos ter consciência sim, de que é uma patologia grave, que necessita de acompanhamento psicoterapeutico e medicamentoso, para que esse indivíduo possa ter uma vivência social tão comum como a de todos nós que estamos lendo esse texto.



2 comentários:

  1. Olá, André!
    Interessante seu texto, mais especificamente a relação que vc faz à teoria junguiana, com a qual não tenho intimidade, rs...
    Acho que o mais importante nisso tudo é não nos 'acostumarmos' com esses atos e para tanto, acredito que uma explicação satisfatória não existe e nem deve existir pois nada justifica um massacre como este.
    Um abraço! Vani.

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  2. Concordo com voce Vani! Na verdade, sempre buscamos explicações para tornar nosso sofrimento menor e uma forma de podermos acalentar a alma em momento de desespero!
    Abraços e com pedido de desculpa pela demora em respoder.

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