sábado, 17 de setembro de 2011

Depressão

Após um tempo afastado devido ao excesso de trabalho, estou de volta, para falar de um tema já abordado mas a pedido retomado, que é a depressão.
Recebi um convite do Padre Reginaldo Manzotti  (AM 1060) para participar de seu programa de rádio e abordarmos o tema, e repassarei aqui, para quem não teve o prazer de ouvir o programa, entender um pouco do que foi abordado.
Falamos dos mecanismos de projeção que atuam na depressão, tendo como principal referência a negação. Negar que está com depressão, é uma forma da pessoa que está sofrendo os sintomas da depressão, poder convencer quem está ao seu redor de que está tudo bem e quem está doente é quem está fazendo as perguntas e tentando ajudá-la. O suporte da família é de extrema importância para o paciente, pois será a família que dará todo apoio necessário para que essa dificuldade seja superada.
As formas de tratamento para a depressão é através da psicoterapia e medicamentos. Os sintomas aparecem por uma duração de 2 meses e são os tradicionalmente conhecidos como o isolamento, a tristeza e a falta de desejo para realizar qualquer atividade que esteja relacionado a deveres e obrigações. Existe também a Distmia, que é uma depressão mais grave com duração mínima para diagnóstico de 2 anos.
Os ouvintes trouxeram perguntas extremamente interessantes e que renderam uma ótima conversa.
Destaco que a depressão não é uma doença que possa durar 1 dia ou uma tristeza por alguma razão que se justifique. Depressão é uma doença que dura um período de 2 meses pelo menos e faz que com a pessoa fique muito abatida e sem desejo de poder realizar suas atividades diárias.
Crianças, adultos, idosos, homens e mulheres podem sofrer com os sintomas dessa doença, mas com o tratamento indicado pelo psicólogo e se necessário fazendo uso de medicação como os antidepressivos, além da retomada da sua rotina de vida com seu trabalho e lazer pode-se encontrar o caminho para que o entedimento da doença possa ocorrer e volte-se a sentir prazer em viver sua vida juntamente com sua família que sempre esteve ao seu lado.  

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

a vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida

Todos os dias conhecemos pessoas. Todos os dias acabamos por nos afastar de outras. Penso se a frase do “Poetinha”, não explique o que muitas vezes acontece em nossas vidas e com nossas relações sem entendermos o porque.
Poder encontrar alguém que seja a nossa "metade da laranja", é de fato algo esperado pela maioria das pessoas. Poder viver esse sentimento, a paixão, é desejado, e como todo desejo, caminhamos em direção a isto. Mas para tal, precisamos vivenciar vários desencontros.
Penso se os desencontros não tão somente servem para que possamos valorizar os futuros encontros que a vida nos reserva, ou os reencontros...
As vezes temos segurança de um sentimento que faz com que tenhamos plena certeza de que será para toda a vida, até que a vida nos reserva um desencontro de pensamentos e sentimentos, de comportamentos ou simplesmente dificuldades do cotidiano; ou nos reserve um reencontro e nos faça pensar nas ações que tivemos até então.
Em outros momentos, temos certeza de nossa solidão, e a vida nos proporciona um encontro com a pessoa que é perfeita naquele momento. Que grande encontro!!
Essa é a vida e o sentido que Vinicius de Morais pode ter dado a essa frase pelo menos na minha leitura, mas como a vida é repleta de desencontros, há um encontro que temos de valorizar sempre e reforçá-lo a cada momento, que é o encontro com sua alma, consigo mesmo.
Com esse encontro, é possível tolerar e superar os desencontros da vida e estar sempre aberto a um novo encontro ou o tal reencontro.
Mas lembre-se, que consigo mesmo é o melhor encontro que todos nós podemos fazer. Se permitir sentir prazer, respeitar os limites, e quando quiser superá-los que seja por uma vontade sua, no seu momento. Arriscar é importante, mas faça pelo seu desejo de arriscar.
Encontrar todos os dia sua alma e estar concetado com ela, poderá ser mais surpreendente que os encontros, desencontros e reencontros que a vida nos reserva, e estaremos mais prontos a poder lidar com todos eles...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Terceira Idade


 
Em uma conversa bem informal, levantava-se a questão dos reais cuidados com as pessoas da terceira idade.
Existem algumas iniciativas, que visam dar um conforto, aprendizado com a nova fase, programas de orientação e lazer, auxílio na compra de medicamentos, etc...mas se prestarmos atenção, isso tudo é para um público de terceira idade, que está em casa, com sua família, e busca uma forma mais autonoma e independente de vivenciar essa nova idade.
Mas por outro lado, existem idosos que estão em lares ou asilos que muitas das vezes não oferecem recursos necessários para que os idosos recebam o cuidado realmente necessário, isso porque não que esses lares sejam descuidados ou mal preparados, mas sim por falta de recursos financeiro e humano.
Olhando através da psicologia, podemos enxergar a terceira idade como uma fase de reflexão da vida, analisando e compreendendo tudo que foi assimilado através da primeira fase, e podendo colocar em prática esse conhecimento adquirido, sendo assim transformado em sabedoria, não só para a própria pessoa, mas também para as pessoas de sua convivência.
C. G. Jung trabalha com uma psicologia que visa a segunda metade da vida e de como olhamos para ela, que percurso foi feito para vivenciar esse momento. Logicamente, cada pessoa pode entender esse percurso a sua forma, com suas limitações, mas há um entendimento, e podemos apreender com ele. Sim, apreender com dois “E”, pois quer dizer internalizar esse conhecimento, para que colocado em pratica possa se tornar sabedoria...
Ações mais efetivas no cuidado com o público da terceira idade associando esse apreender pode render um trabalho de compreensão desse momento da vida e de como se age, pensa e sente diante das ações que a vida proporcionou até então, mas também uma nova descoberta. Uma descoberta com relação ao que essa nova fase da vida poderá me trazer, como me relacionar com as pessoas, como as pessoas me aceitarão nessa nova fase.
Para que possamos visualizar esse momento, é necessário estarmos nessas instituições, entrar em contato com esses idosos e realmente podermos auxiliar instituições que são tão carentes de suporte, para destinarem o cuidado necessário as pessoas que construiram o mundo que vivemos hoje, e nunca podemos deixar de agradecer pela construção que eles fizeram, e quando abandonamos essas pessoas, deixamos de agradecer. Não vamos pensar nisso, mas vamos também colocar em prática? O mundo de amanhã conta com sua ação de hoje...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dia de valorizar o amor

Dia de valorizar o amor

Dia dos namorados chegando, quem está apaixonado (a), ou quem está com a pessoa amada, sente os coraçõezinhos explodindo a cada olhar, palavra, ou recordação da pessoa por quem se apaixonou ou ama.
Programa para sair, jantar, presente, flores, por em prática todo o carinho que o dia demanda, direcionado a pessoa dos nossos sonhos, é o que mais se deseja nessa data.
Quem está solteiro, busca formas de poder tolerar essa "chatice" (que chamaremos de falta), de poder ter com quem compartilhar o momento, e já aproveito para uma dica: pensamento positivo de que vai encontrar alguém que te mereça e que você mereça também, com certeza será muito benéfico nessa data. Nada de pensamentos que possam rebaixar sua auto-estima ou fazer que que fique vidrado na idéia de que ser solteiro e as vezes sozinho (a) é a melhor coisa do mundo, porque no dia que a carência bater, que ver a pessoa repetir essa mesma frase. Pensamento positivo, tudo começa por aí...
Logicamente, exaltar o amor no dia 12/06 é mais do que especial, e pode reforçar elos já formados, ou recuperar elos fragilizados. Mas fico pensando, se todo esse movimento do dia dos namorados não tem prazo, dias contados.
Explico porque desse pensamento. Quando direcionamos toda a energia do amor para um momento exclusivo, pode ocorrer que essa energia se esgote, e por consequência, os dias seguintes ao dia 12/06, sejam dias comuns, com todas as queixas que o relacionamento já apresenta, reclamações, discussões, brigas, etc...
É como uma planta, se molharmos só um dia do ano, o que será que acontecerá com ela? Sem dúvida, sabemos a resposta.
Por isso, do título deste texto ser o “dia de valorizar o amor”, pois vou bater em uma tecla bem gasta, mas muito importante. Amor, tem que ser cuidado todos os dias, e não somente no dia dos namorados.
Todos os dias é dia de valorizar o amor!!
Cuidar, proteger, respeitar...ações tão batidas para a manutenção desse sentimento, mas que, da mesma forma, é também batido a facilidade com que essas ações se perdem no dia a dia da relação.
E sabem porque se perde? Porque antes de amar a pessoa que está do nosso lado, compartilhando da nossa vida, temos que amar a nós mesmos!!!
Se não amarmos a nós mesmos, como amaremos o outro? Se não cuidarmos de nós, protegermos a nós mesmos, como fazer isso com a pessoa que escolhemos para estar ao nosso lado?
Para quem tem acompanhado os outros textos aqui no blog, sabe o quanto bato na tecla do amor próprio em primeiro lugar, para estar com outra pessoa.
Portanto, antes de exaltarmos o dia 12/06, devemos exaltar o cuidado em primeiro lugar com nós mesmos, para que aí sim, possamos dedicar todo nosso amor a quem escolhemos para compartilhar de nossa vida.
Lembrem, dia de valorizar o amor, não é somente no dia dos namorados, mas todos os dias, conosco, com a pessoa amada, e valorizando, cuidando desse amor em todos os momentos.
Compartilhando com vocês algo pessoal, sobre meu relacionamento. Minha namorada, sempre com seu belo sorriso no rosto repete uma pergunta: será que seremos assim, apaixonados para sempre? E sempre respondo a ela que são duas as condições: cuidar desse sentimento valorizando os momentos de cada um, e por consequência, aproveitando muito bem os momentos em que estamos juntos fará com que esse sentimento dure para sempre. A outra condição é de que esse sentimento sempre existirá entre nós, afinal, nós sempre estaremos juntos e somente esse sentimento acabará, quando não estivermos mais um com o outro, compartilhando dessa maravilhosa energia da paixão, do amor...

Viva o amor cuidado a cada dia!!! Abrace, beije, e sempre destaque o amor por quem você nutre esse sentimento, não somente com palavras, mas principalmente com ações, elas sempre falarão muito mais alto...

sábado, 28 de maio de 2011

O Poder da Escolha


Primeiramente, gostaria de pedir desculpa a todos pela falta de publicações e justifico. A carga de trabalho está altíssima, chegando como essa semana a 65 horas de trabalho, ou seja, as vezes é falta de tempo poder escrever para vocês, mas não abandono não!! Adoro esse espaço, e estamos de volta...e que tema mais sugestivo...
Poder escolher é um bem precioso. Nos dá o direito de olhar possibilidades e optar pela qual achamos que seja a melhor, ou a mais conveniente. Porém em outros momentos, não temos essa condição, e o que ocorre é que nos basta apenas aceitar.
Ter a chance de fazer de uma outra maneira, por mais que seja a mesma estória, ou algo muito parecido, já faz com que possamos exercitar esse poder, mas com uma condição básica: estarmos atentos as condições que a vida nos oferece par fazermos diferente, e esse é o ponto!
Em algumas situações, sem percebermos, abdicamos do poder da escolha, em nome de qualquer razão que possamos classificar como justificáveis. Encontrar uma razão é muito fácil, mas o difícil é perceber o quanto essa razão que justificará minhas ações que não passam por uma transformação, sirva de boicote, e por consequência, ninguém mais sofrerá novamente, além do próprio autor (autora) do boicote a si mesmo.
Os exemplos são muitos: forçar a barra em um relacionamento que não se sustenta mais, pelo medo de ficar sozinho e entrar no mundo dos solteiros novamente, continuar em um trabalho, porque mandar currículos não vai adiantar (e nesse caso, pode-se colocar várias razões para não mandá-los), manter algumas amizades que não trazem benefício algum, e novamente por consequência, são amizades vampirescas (que nos sugam até demais), etc...
Realmente ter consciência de que optar por um caminho diferente se faz necessário, nem sempre é tão simples, mas podemos encontrar uma forma de adquirir essa percepção quando por exemplo, em um começo, ou final de semana, fazemos uma avaliação e nos questionamos sobre o que foi válido, o que me fez bem, o que me deixa feliz, ou seja, vivendo um dia de cada vez, dentro de um planejamento, e sabendo para onde, com quem e como quero ir e estar.
Isso é exercitar o poder da escolha, é se dar o direito de usá-lo, e desfrutar dos benefícios que essa vivência pode te trazer...
Não coloque dificuldades e obstáculos para algo que vai te fazer bem. Não boicote a própria vida e suas oportunidades riquíssimas em nome do conforto, pois é no desconforto que mora o crescimento e a maturidade. Visite esse espaço, por mais doloroso que possa ser...mas consciente de que no final, acreditando sempre, haverá um belo pote de ouro, que estará no formato do sonho de cada um...e para compartilhar, meu pote de ouro eu vejo todos os dias, e hoje posso me considerar enriquecendo cada dia mais, mas eu tive que fazer uma visita bem difícil no espaço do desconforto. Você já fez essa visita? Faça, pois acertadamente, os benefícios de não se boicotar serão muito maiores do que manter o conforto pela razão que quiser dar para mante-lo.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

E agora??

Conversando com uma amiga, ela se fez essa pergunta, pois a final a vida dela está recomeçando, e como todo recomeço, esse momento remete a dúvidas, incertezas, inseguranças, e investimentos que deverão ser feitos e muitas vezes não sabemos o quanto eles podem nos custar!
No caso dela, é uma mudança geral, de relacionamento, que possivelmente acompanhe uma mudança de casa, de atitudes e gostos, e por aí vai. São várias as modificações que a vida vem exigindo dela. Mas a vida é muito sábia! Ela nos dá a cruz exatamente do tamanho na qual podemos carregar. Nós é que muitas vezes não percebemos e aceitamos os fatos de que podemos dar conta e resolver a situação que parece “insustentável e inalterável”, mas podemos sim, e só por essa razão essa situação tão difícil está diante de nós, porque simplesmente podemos dar conta e resolve-la...
As mudanças nunca vem só no formato daquilo que queremos mudar, mas desafios no trabalho, nos estudos, relacionamentos, parecem que todos vem juntos, e por essa razão é que a vida é muito sábia.
O que falo para minha amiga, é que alguns princípios podem ajudar muito: sempre ser positivo, acredite para que realmente aquilo que está sendo planejado possa acontecer; não perca o foco em nenhum momento, afinal, perder o foco é abrir mão pelo menos temporariamente do que está determinado a fazer, mas aí aparecem outro momento, e mais um, e outro, e nosso foco virou poeira...
Sendo positivo e não perdendo o foco, é um ótimo começo, mas precisa mais.
É básico, mas precismos ir até o final, até onde foi planejado. Dessa forma, poderá ter certeza se alcançou o que desejava, avaliando, e aí sim, podendo se preparar melhor para pequenas modificações futuras, e realizá-las com mais conhecimento.
Algumas pessoas, sentem-se fragilizadas diante do processo de mudança, e é muito natural que esse sentimento aconteça, afinal, não é maioria das pessoas que não tem medo do desconhecido, e está preparado para o que a vida tem a oferecer de novo!
Mas lembre das duas dicas: positividade e foco...nesse caso, o que vai virar poeira será o desconhecido, e o que você terá, será o seu planejamento de mudança realizado na sua frente, concretizado, dever cumprido.
Para finalizar, a frase que digo sempre a ela é: se respeite, seja positiva e foco na sua mudança...ela virá, quando menos imagina, podendo ser antes do planejado e talvez até de forma mais fácil, e sem dúvida acompanhada de sucesso. Talvez até possa vir acompanhada de ganhos que não eram esperados, afinal, a vida tem surpresas, e as vezes elas são boas, muito boas...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

poder e amor

Se analisarmos, as relações possuem dois momentos bem distintos, geralmente é assim. O começo de uma paixão avassaladora, digamos quase adolescente, que não consegue fazer uma refeição direito, o telefone celular está sempre ao lado, o olhar distante e o pensamento vagando imaginando e sonhando acordado com a sua paixão.
Porém, anos passam, as vezes meses bastam, e essa paixão se esvai, e o que resta é uma relação movida pelo silêncio, falta de respeito, consideração, onde imposições prevalecem. Como uma disputa de poder, para saber quem pode dominar o outro, quer seja pela razão ou pelo sentimento, mas a busca desse domínio está sempre presente, afinal, ganha-se o poder de acusar o outro de que um erro aconteceu...que delícia de relacionamento...que prazer!!!
Uma frase de Carl Gustav Jung, veio a mim, para que pudesse pensar exatamente a distinção desse momentos. Para onde foi o amor? O que foi colocado no lugar dele? E, talvez a pior de todas, porque isso aconteceu exatamente no relacionamento que era para dar certo?
Talvez a resposta seja mais simples do que se imagina.
Quando deixamos o outro (a) fazer o que precisa, como precisa e quando precisa, sem que possamos colocar nosso pensamento ou nosso desejo, nos submetendo simplesmente ao desejo do outro, acabamos passando por cima de uma pessoa importantíssima e de nome curto: EU!!
Essa atitude, dá a liberdade para que a outra pessoa com o tempo domine e a cada dia conquiste mais espaços.
Outra situação, um dia atarefadíssimo de trabalho, suportando pressões, faz com que em casa possa “adquirir por direito” o ser eu mesmo, e aí inclui a falta de respeito com quem mora com junto ou compartilha da sua vida. Ou seja, o poder descarregar o estresse do meu trabalho em casa, pois é “minha casa”, faz com que possa agir como quiser...erro de novo!!
Também, temos que ver outra possibilidade: me ocupo tanto desse relacionamento, deixo todas as outras situações da minha vida em segundo plano, para que? Esse é o pensamento de várias pessoas, que dessa forma, se dão o direito de poder “cuidar do seu amor” de uma maneira que sufoca o parceiro (a), ou seja, cheio de boas intenções, mas somente com o outro. Olhe para você, cuide de você, para depois poder cuidar do outro.
Esses são alguns exemplos de como é fácil ter situações em que substituo o amor colocando o poder no lugar. Com intuitos de cuidar, ajudar, seja a mim ou ao outro...mas acabo passando por cima muitas vezes de mim mesmo, do respeito, da harmonia de uma relação saudável. E como vimos, de construtivo,o uso desse poder não nos acrescenta em nada!!
Ah...a frase que veio a mim e me fez pensar nesse texto: ONDE O AMOR IMPERA, NÃO HÁ DESEJO DE PODER, E ONDE O PODER PREVALECE, HÁ FALTA DE AMOR. UM É A SOMBRA DO OUTRO (C.G.Jung)

terça-feira, 3 de maio de 2011

A Zona de Conforto

Muitas vezes temos condições que nos favorecem. Seja em um trabalho, uma relação, familiar e pessoalmente, enfim, situações que nos mostram que continuar apostando no que estamos fazendo é o correto. Esse indicativo pode nos apontar pelo menos duas situações: de fato o que estamos fazendo é correto, e devemos continuar investindo, pois o retorno é certo, garantido e “o que plantamos, colheremos com ótimos frutos em breve” ou estamos em um espaço chamado “zona de conforto”.
Essa zona de conforto, pode ser caracterizada quando estamos em alguma situação que não existe mais uma satisfação tão clara e segura, passamos a questionar a validade do que estamos fazendo, vários pontos de interrogação nos dominam o pensamento ( e porque não os sentimentos também!!!), porém nos sentimos bloqueados, impedidos, impossibilitados de fazer uma mudança.
Muitas vezes esse sentimento de incapacidade de fazer a mudança, passa por uma tranquilidade nas ações que estamos realizando, como se pensassemos: “ok, está ruim, mas posso aguentar mais um pouco!” Esse pensamento nos deixa claro que estamos em uma zona de conforto.
É necessário, primeiramente, de que esse pensamento indique para a pessoa de que alguma coisa está errada, pois uma conformação dessa maneira, não é, geralmente, benéfica. A psicoterapia poderá ser de grande ajuda nesse momento. Segundo passo, é entender o que me deixa confortável, onde está a minha garantia, o que me prende nessa situação que não me faz mudar, para aí sim, com um planejamento, entendendo de que forma “é pego” por esse conforto, traçar o planejamento da mudança.
Sair da zona de conforto, nos faz abrir os olhos, enxergamos um mundo diferente a ser conquistado, novas metas, objetivos, um novo sentido para a vida. Sem dúvida, virá acompanhado de medo do desconhecido, insegurança, mas não deixe de acreditar que seu planejamento é o melhor para você, e sem dúvida alguma, acredite na escolha que você fez e use do bom e velho pensamento positivo.
Aposte, invista que a saída da zona de conforto vai trazer crescimento, benefícios, por mais difícil que os primeiros passos possam ser para serem dados. Como disse outro dia em uma conversa com uma amiga de muito tempo, eu acredito que existe o pote de ouro no fim do arco íris, e ninguém vai me provar o contrário, porque eu acredito nisso e vou achá-lo. A zona de conforto ficou para trás, e você está sendo bem vindo em um novo mundo, um mundo de conquistas novas e com esse pensamento, um mundo de sucesso. Parabéns!!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O casamento real

Estamos acompanhando inúmeras notícias sobre o casamento real na Inglaterra. Pompa, riqueza, luxo e muito, mas muito dinheiro.
Já assistimos casamentos assim, e na Inglaterra também, e com esse pensamento, refleti: aquele outro casamento, foi real?
O que torna um casamento real?
Outro dia em uma palestra, escutei assim: existem pessoas de grande sucesso no seu trabalho, pois o fizeram prosperar. Grandes contratos, ótimas somas de dinheiro negociadas, mas por outro lado, abriram mão da principal empresa que deveriam cuidar em detrimento desse sucesso, que é a família.
Juntando as informações, podemos refletir que o casamento real, pode ser entendido como uma empresa bem administrada, onde os contratos e combinados são respeitados e justos para ambos, o que gera felicidade e por consequencia, harmonia nessa relação. Esse é o casamento real, um casamento de verdade.
Nessa mesma palestra, ouvi uma outra estória que foi assim: em um café, um senhor se dirigiu ao caixa para pagar o café que havia consumido. A cobrança veio de dois cafés, mas ele havia somente consumido um. Ele não discutiu e pagou. Pouco depois uma senhora veio no caixa para pagar o café que havia consumido e do seu marido, e não lhe foi cobrado nada. Honestamente, ela reclamou, e a caixa responde: não se preocupe, seu marido já pagou os 2 cafés. A senhora espantada questiona a caixa, como ela sabia que aquele senhor era seu marido, e a caixa lhe responde: sabia que vocês eram casados porque não conversavam um com o outro. Ficaram em silêncio o tempo todo!
Porque enquanto estam apaixonados, os assuntos fluem, são horas pessoalmente, pelo telefone ou msn de conversas intermináveis, e depois mal se falam?
Pois esse é um casamento falido!! Em silêncio, sem conversa, e com certeza sem harmonia na relação.
Lembrem: o casamento real, é um casamento de sucesso, com harmonia, combinados justos, amor, e olhar para sua (seu) parceira (o) e pensar que a sua maior sorte é que ela (ele) está ao seu lado, e que tudo será possível porque ela (ele) está com você, ao seu lado. Conversam sobre as alegrias e dificuldades do dia a dia, respeitando o espaço do outro, planejam suas vidas e possivelmente de seus filhos. Esse é o casamento real, esse é um casamento de sucesso!!


segunda-feira, 25 de abril de 2011

O uso abusivo de álcool e outras substâncias

ABUSO DO ÁLCOOL E OUTRAS SUBSTÂNCIAS


Ontem, houve uma partida importante pelo campeonato de futebol estadual, onde o Coritiba sagrou-se bi campeão paranaense. Muitas festa, comemoração! E também muita bebida! Outras substâncias também eram consumidas. Idade de quem consumia? As mais variadas. Quantidade? Sempre abusiva.
E pensei, será que tudo isso é uma canalização do prazer de ver seu time campeão e poder estar mais feliz ainda, e comemorar ainda mais?
Realmente acredito que não.
Geralmente ouvimos falar que encarar a vida com responsabilidade, é difícil e o uso abusivo mascara essa dificuldade deixando a vida mais leve, ou quando por “sintomas de estresse”, faz-se uso abusivo de alguma substância para relaxar. Outros usam do álcool para socializar. Razões e desculpas sempre existirão!
Mas o uso de álcool e outras substâncias, sempre está relacionado a obtenção de prazer! Amenizar o que está difícil, tornar mais feliz o que já é feliz! O ser humano e sua eterna busca pelo ser completo, o ser humano insaciável, querendo sempre mais. Essa busca pode ter um preço alto, muito caro. Um uso de álcool, por exemplo, em festas, faz com que havendo uma festa, o uso seja diretamente associado, ou seja, pode-se passar para uma situação de abuso, com muita facilidade.
A obtenção do prazer pode vir mesmo com a pessoa estando “de cara”, sem ter usado nada. Uma brincadeira com o filho, a vitória do time de futebol, um bom e produtivo dia de trabalho, um olhar e carinho da pessoa amada. Desfrutar desses benefícios da vida e valorizá-los a cada dia, faz com que nosso prazer seja tão grande quanto uma tarde bebendo em uma mesa de bar com amigos. Também é muito bom beber com amigos, mas sem abusos, sem somente buscar prazer nessa fonte.
Ontem, na comemoração do futebol, vi vários buscando mais prazer pela via do uso abusivo da bebida. Em outra partida, vi pela TV, uma bandeira gigante exaltando a relação da torcida e uma marca de cerveja, sendo transmitida ao vivo, com várias crianças e adolescentes assistindo a partida. Outro erro pelo exagero associando bebida e o prazer por torcer por determinado time.
Lembremos que a vida, pode e deve ser vivida com parcimônia, com limite, disciplina. Todos os exageros trarão consequências, geralmente não muito positivas, ou com um preço muito alto.
A psicoterapia pode tratar de abusadores, entendendo de onde essa necessidade surge, com qual função. O uso de medicamentos também pode colaborar com o tratamento. Algumas vezes, internação para desintoxicação se faz necessária, para que no consultório possa-se trabalhar com qualidade de vida melhor para o paciente.
Finalizando, temos várias formas de obter prazer, sem exageros, sem sempre querer mais. Tudo tem hora e medida certa para acontecer. Basta sabermos respeitar esse tempo e investir em nós, na nossa família, que sem dúvida acharemos muitas riquezas e seremos mais completos...

PS: Parabéns ao bi campeão do Paraná, Coritiba Foot Ball Club!!
Eu estava lá, comemorei, me diverti e conheci pessoas que compartilharam dessa alegria, além dos amigos que já estavam lá. Eu não bebi nada alcoolico para ter uma noite feliz, completa e de muita alegria! Todos nós podemos...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Entendendo sobre a Síndrome do Ninho Vazio

Para entendermos o que é a questão do ninho vazio, necessitamos recorrer a um termo junguiano chamado persona: máscara de ator. O papel social do indivíduo, derivado das expectativas da sociedade e do treinamento nos primeiros anos da vida. Um ego forte relaciona-se com o mundo exterior através de uma persona flexível; a identificação com uma persona específica (médico, professor, artista, etc) inibe o desenvolvimento psicológico. Portanto, com a definição de persona, podemos entender um pouco mais de uma frase que inicia a explicação do conceito do ninho vazio: “A síndrome do ninho vazio – tédio e depressão quando os filhos se emancipam e abandonam o lar- denuncia a superidentificação com a persona do papel parental e pode ocorrer em homens e mulheres.”
Portanto, a identificação com o papel de responsabilidade pelos filhos, faz com que o entendimento pela emancipação se torne de muito difícil aceitação. O ninho vazio remete a imagem de um pássaro que cuidou de sua cria, e de repente se vê abandonado por ela, como se essa cria não tivesse o direito e a necessidade de crescer, desenvolver, e partir para ter suas próprias vivências, com distância da sua família de origem. Para alguns pais ou responsáveis, esse afastamento tem um sofrimento muito específico, muito diferente de uma aceitação natural. Esse sofrimento específico é o sentimento do ninho vazio.
Esse sofrimento vem representado pelo tédio e depressão, mas alguns sintomas físicos também podem aparecer nesse momento, o que entendemos como reações psicossomáticas: Infecção na bexiga (associado a dificuldade de desapego), dores no joelhos (associado a humildade), manchas na pele ou psoríases (associado ao contato e carinho, que fica entendido como a partir daquele momento como um distanciamento).
Há também os aspectos simbólicos. O ninho enfatiza o aspecto maternal, protetor e de espaço para acolhimento. Jung usou a mitologia grega para explicar os padrões de comportamento da humanidade, e a representante deste padrão maternal é a deusa Deméter. O termo meter significa mãe. Esse padrão de comportamento vem representado pelo instinto maternal desempenhado na gravidez ou através da nutrição física, psicológica ou espiritual nos outros. Mãe é a que cuida, nutre, protege, alimenta, acolhe. Uma mulher, tomada pelo padrão de comportamento de Deméter, cuidará não só dos filhos, mas de todos. É aquela que vive rodeada de crianças, aquela que cuida da alimentação de todos, aquela que sabe onde estão os objetos perdidos dentro da casa, a que cuida dos doentes, etc...
Há também o perfil de uma Deméter dominadora, que são as que mantém os filhos perto dela a qualquer custo, gerando os “filhinhos da mamãe”, pois ainda sofrem a dominação. Quando o filho casar, por exemplo, não é incomum os desejos da mãe serem atendidos em detrimento ao desejo da esposa.
Mães que tenham o perfil da Deméter dominadora, sofrerão mais com o abandono do lar pelos filhos. Os filhos poderão tentar manter-se distantes, inclusive geograficamente e também emocionalmente dessa mãe. Agem assim, de forma inconsciente, quando a mãe os fez sentirem devedores, culpados ou dependentes.
Se lembrarmos do mito de Ícaro ( que tenta voar com as asas construídas por seu pai Dédalo, que o avisa para não voar nem tão próximo ao Sol e nem tão próximo ao mar, pois poderia cair, e Ícaro o desrespeita, caindo e morrendo), podemos entender como funciona o ninho vazio nos homens.
A partida desse filho é menos sofrida e o padrão de comportamento é tomado pela postura do aconselhamento. Alguns homens mais tomados pelo sentimento do que pela razão, podem ser acometidos do sentimento de perda, podendo se mostrar mais depressivos, isolados, mas sem deixar de aconselhar.
Para finalizar, algumas mulheres, podem se sentir exploradas e improdutivas diante do ninho vazio, mas existem formas de canalizar esse sofrimento de maneira construtiva. Aprender a expressar a raiva pela perda, reduzirá a depressão. Aprender a dizer não evita tornar-se mais esgotada e deprimida por ter sido “explorada”. Aprender a “abrir mão e deixar os filhos crescerem” poupa-lhe a dor de ter filhos e precisar se libertar deles. Uma outra possibilidade, para uma Deméter solteira, é arriscar-se em um outro relacionamento, como outra forma de não sentir-se mais angustiada e poder atuar novamente tentando dominar os filhos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quem é o autor do massacre da escola?

Levei algum tempo pesquisando para ter, de varias fontes, informações sobre o perfil de comportamento do autor do massacre da escola de Realengo, no Rio de Janeiro.
Lendo alguns textos, reportagens, assistindo a vídeos, nos mostra nitidamente uma pessoa com perturbações e transtornos. Mas será que há uma patologia por trás desse comportamento? Que patologia é essa? É a mão do terrorismo sendo usada nesse massacre? Essas perguntas passaram pela cabeça das pessoas, e pelos textos durante a última semana.
Deixarei em anexo, dois links que usei de base para escrever esse texto, para que possam ter suas próprias conclusões.
Nesses textos, deixa claro que o assassino apresenta uma confusão de cunho religioso, junto com uma idolatria pelo atentado terrorista de 11/09/2001. Mostra também uma mudança de comportamento, após o falecimento de sua mãe, pois seu comportamento passou a ser de isolamento, e suas buscas pela religião e curiosidade pelas ações de 11/09 também ganharam força no seu pensamento. Nesse período, muito provavelmente já sob os sintomas de uma doença, busca ingressar em uma religião muçulmana. Esse ingresso nessa religião, já era pelo fato de estar tomado pela persona (termo que vem do grego e é o nome dado as máscaras usados no teatro grego para representar papéis) de um terrorista, ou seja, vivenciando esse papel, de todas as formas possíveis, como vemos noticiado diariamente. Ou seja, a partir desse momento, já eram os sintomas da doença que falavam mais alto, influenciando no seu comportamento e alterando-o. Essa persona era somente uma da várias que vivenciava no seu cotidiano, como por exemplo: filho, crente de uma determinada religião, terrorrista. Provavelmente, não houve outras influência sno seu comportamento, devido ao seu isolamento, que é um dos sintomas da doença, o que torna mais fácil, que uma dessas personas tomasse conta e passasse a agir somente de acordo com ela.
Gravar vídeo, analisar os locais, fazer vítimas inocentes como um sacrifício pela sua atitude heróica e por fim, o suicídio, revelam todas as ações por trás dessa persona do terrorista que o assassino usou, sem dúvida alguma, movido por delírios de ser um terrorista.

Nota de rodapé 1: Delírios são um conjunto de idéias mórbidas que traduzem uma alteração fundamental do juízo no qual o doente crê com uma convicção inabalável

A vivência através dessa persona mostra que é de fato um terrorista e vivencia todas as ações que correspondam a um deles. Junguianamente, falamos que esse indivíduo foi tomado pela persona, como em um eclipse lunar, onde Terra entra em frente a Lua, e só passa a existir uma sombra dela, quem toma conta é uma outra parte da psique, que está representada nessa persona.
Esses delírios, vivenciados através dessa persona, nos apontam para qual doença esse rapaz estaria sofrendo. Essa doença chama-se esquizofrenia paranóide e tem tratamento.
São sintomas dessa patologia: idéias delirantes, pensamentos irreais, alterações do comportamento, ansiedade, impulsos ou agressividade, isolamento social, apatia, indiferença emocional.
Todas essas características ficam evidentes quando assistimos ao vídeo do assassino relatando como organizou e estudou sua investida final na escola e lemos sobre seus atos na escola.
Como disse, essa patologia tem tratamento. Tanto medicamentoso, atualmente sem as reações adversas que haviam antigamente com o uso dessas medicações, e também pela psicoterapia, para que o sujeito tenha claro qual o funcionamento de sua patologia e principalmente como conviver com ela.
Portanto, tenhamos cuidado antes de entendermos que as motivações foram religiosas pois  acredita-se que os muçulmanos pregam esses atos ou de que determinadas pessoas ou influências possam determinar esse comportamento. Não podemos ser preconceituosos a esse ponto!
Mas devemos ter consciência sim, de que é uma patologia grave, que necessita de acompanhamento psicoterapeutico e medicamentoso, para que esse indivíduo possa ter uma vivência social tão comum como a de todos nós que estamos lendo esse texto.



terça-feira, 12 de abril de 2011

Para onde um "pé na bunda" pode te levar?

Quem nunca passou por essa situação? Ter um amor, onde projeta-se o futuro, a casa que vai morar, quantos filhos serão e quais seus nomes, para onde viajarão nas férias...ah, o amor!!
Mas e quando esse amor termina, pelo menos para um deles, e o outro toma um “pé na bunda”, o que fazer? Para onde esse “pé na bunda” pode me levar?
Muitas vezes, pacientes chegam ao consultório com esse questionamento, sofrendo, desesperados, chorando, precisando serem acolhidos pelo outro que os deixou. Pensam que é o fim do mundo, nunca mais acharão outra pessoa, que são horríveis, e todos os adjetivos negativos que possam ser usados. Raiva, frustração, querer saber se o (a) antigo (a) parceiro(a) já está em outro relacionamento ou nos abraços de outra pessoa enquanto se está chorando e querendo descobrir fórmulas mirabolantes para retomar a relação.
Em alguns momentos, o retorno da relação é possível, existe uma abertura de ambos para que a relação seja retomada, pois pode ter havido uma discussão e um término prematuro, e todo um amor ainda paira nesse relacionamento. Nesses casos, oriento a refazer os contratos da relação. Os direitos e os deveres de cada um, o que cada um concorda nesse contrato e o que precisa ser alterado. E vivam felizes! Mas e para as pessoas que isso não foi possível?
Se formos muito práticos, um “pé na bunda” sempre te levará para frente, principalmente segundo as leis da física...e quem nunca ouviu isso? Mas como ir para frente, como seguir minha vida em um momento desses?
Simples! O conhecimento popular já diz: você foi levado para frente, mas ainda não percebeu isso.
Um “pé na bunda” é a ruptura de um relacionamento ou uma discussão mal resolvida como já vimos antes. No caso da ruptura, partimos do princípio de que manter aquele relacionamento já estava insustentável para ambos. Um término, para quem levou o “pé”, faz com que a autoestima fique rebaixada, nada mais é possível, e o choro inevitável.
Porém, uma hora esse sentimento passará, e pode ser que olhe para trás e pense: Nossa, nem era tudo isso, porque me desesperei tanto?”
Ok, você pode-se dizer quase curado. Mas porque do quase? Se em algum momento do pós término, você fez algum desses movimentos desesperados que falamos antes como, correr atrás do parceiro e ouvir um não quanto ao retorno da relação, tudo bem, tem-se o direito de fazer isso, mas aí chega, você já conhece a resposta. Insistir nisso seria um erro, mas o desespero interno faz com que se vá atrás novamente, e é nesse ponto que descobrimos para onde um “pé na bunda” te leva.
Te leva a perceber sua falta de amor próprio!! Faço de tudo para ter o outro (a) de volta, a que preço? Ao preço do seu amor próprio.
Todas as vezes em que nos desrespeitamos para ficar com outra pessoa que não nos quer mais, faz com que afastemos essa pessoa ainda mais. Quem quer ficar com alguém que não gosta nem de si mesmo?
Mas e como faço para recuperar esse amor próprio? Invista toda a libido do amor não mais vivido em você. Dedique-se ao seu tabalho, aos seus prazeres, aquilo que em alguns momentos que você queria fazer, mas cedeu aos pedidos da outra pessoa que hoje não está mais com você, faça para você aquilo que tem vontade de fazer, faça um jejum deste outro(a) que não está mais com você. Respeite-se! Lembre-se: o momento da outra pessoa já passou, e agora você inicia um novo relacionamento: com você mesmo.
Amor próprio somente nós podemos dar a nós mesmos. Não há relacionamento que faça isso. E, enquanto não souber fazer isso, nem pense em outro relacionamento, afinal estará apenas substituindo.
Amor próprio se conquista com o tempo, reforçando esse sentimento a cada atividade que faz para você e por você. Quando conquistamos algo, nosso amor próprio é reforçado. Então, lembre-se: reforce a você mesmo, e estará mais pronto(a) para conhecer-se melhor e estar muito bem com você mesmo. A partir desse momento, conseguindo viver para você, fazendo suas atividades, destinando seu tempo para as atividades que você precisa fazer, a “inteligência da vida” te apresentará uma outra pessoa, e sem dúvida se estará muito melhor para uma outra relação, e não repetindo tantos erros, pois antes de se envolver com a outra pessoa, você está envolvido e comprometido com a sua vida.



sexta-feira, 8 de abril de 2011

HAM!?

Estava em atendimento no consultório, quando comentando com uma paciente sobre o texto que seria publicado, pois tinha relação com que ela estava trazendo na sessão, falo do assunto e tenho como resposta: HAM!? Pensei, que esse seria o título.
Mas o que é HAM!?
Primeiro, é necessário fazer uma breve explicação de um conceito da teoria junguiana, chamado de anima. Anima, de forma geral e breve, pode ser entendido como uma parte inconsciente feminina no homem, ou seja, algo que não pode ser ativado quando eu desejo, mas sim, quando algo que é vivenciado, faz com que tenhamos reações a partir dessa anima sem com que possamos nos dar conta, como se fossemos possuídos por ela.
Pois então, o que seria o HAM!? E não estranharei se nesse momento homens e principalmente mulheres pronunciarem essa interjeição, após minha explicação. HAM significa homens que amam demais. HAM!?, hehehe!!
Já ouvimos falar em mulheres que amam demais, mas homens que amam demais, isso existe? Foi exatamente essa a pergunta da paciente. E na verdade eu realmente nunca ouvi falar, e por isso mesmo resolvi escrever sobre o assunto.
Muitas vezes em relacionamentos, noivados, casamentos, escutamos falar de homens que tem atitudes tão histéricas ou como diriam alguns “de mulherzinha”, que podem surpreender suas parceiras. Muitas vezes, elas esperam ser simplesmente acolhidas em suas queixas, mas no final, tem que acabar acolhendo o homem, que durante uma discussão apresentou um choro compulsivo, uma revolta exagerada ou uma outra atitude extremada qualquer, que reconhece não ser de seu comportamento habitual, e podemos nos questionar se nesse momento ele não está possuído por sua anima no seu aspecto destrutivo.
Muitas mulheres se frustram com esse comportamento e acabam por despertar, necessariamente e compensatóriamente, seu animus(parte inconsciente masculina na mulher) para poder dar conta daquela situação e ajudar a acalmar os animos.
Varias são as razões para que nós, homens, por vezes possamos ser possuídos por essa anima, que diga-se também, não é somente dessa maneira que ela pode se revelar. Quando cobrados demais, dentro ou fora do relacionamento, em nosso trabalho, por nossos objetivos que por vezes parecem cada vez mais distantes, quando sabemos que estamos fazendo o possível para tentar torná-los mais concretos. A frustração é muito grande, e nossa sociedade sempre nos impõe de que homem não chora e aguenta qualquer e toda situação. Se a sociedade foi rude dessa forma, e nos castrou o sentimentalismo e a emoção, não façamos o mesmo. Quando pressionados, porque não buscar um espaço para conversa, acolhimento, seja com uma psicoterapia ou com uma atividade que possa trazer um prazer por aquele dia de trabalho conturbado e agitado. Não é justo descontar na parceira e nem também saudável descontar na bebida, todas as vezes que se está estressado.
Portanto, um tempo para relaxar, “colocar a cabeça no lugar”, com algo que dê prazer, pode ajudar a lidar melhor com essa situação. Na psicoterapia, entrar em contato com sua anima será uma questão de tempo. E conhecê-la é muito importante, pois entender como esse aspecto do feminino se revela em nós, ajuda-nos a trabalhar com nossas questões diárias, em todos os seus aspectos.
Homens que não se permitem esse momento de "dar uma respirada", e tem todas as suas vivencias, conquistas e principalmente frustrações, no relacionamento, acabam por sobrecarregar esse espaço, e por consequência se ver depende dele. Tudo tem que ser vivido ali, e o espaço consigo mesmo, vai sendo deixado de lado. Essa dependência, com o tempo refletirá, que todas as ambições e objetivos estão dentro desse relacionamento, e a mulher que aguente!!
Até chegar o momento em que a anima possui esse homem, e ele passa a alegar que ele é um HAM, ou seja, um homem que ama demais. Não passa de um bela desculpa, para novamente ser pego no colo na sua queixa, e pedir para que alguém possa resolver o problema. Durante uma discussão, alegar que fez isso ou aquilo, por amar sua parceira e querer dar o melhor para ela. Ok, isso pode até ser verdade, mas qual a cobrança que está sendo feita nesse relacionamento, o que eu exijo depois pelo esforço que tive, isso é justo? Pode-se descarregar esse elefante no seu relacionamento?
Deixo claro aqui, que essa maneira, é somente uma possibilidade de manifestação dessa anima e nunca a única. A anima também tem seu aspecto construtivo, aumentando a percepção do homem e seu trato com os aspectos do cotidiano.
Homens, meus caros colegas, vamos nos respeitar e ter nosso momento de satisfação, prazer, seja após o dia de trabalho ou no fim de semana. Não sobrecarregue quem está perto de você. Não atenda tão somente a demanda da sociedade de que tem que lidar com tudo e tenha seu momento com você. Se conheça! Se permita fazer o que gosta.
Mulheres, minhas queridas, não reforcem esse comportamento de supermães que acolhem sempre, pois se não tiverem filhos, ganharam um! Lembrem-se: esse comportamento, muitas vezes por companheirismo ou caridade, pode ter como vítima você e seu prazer de estar com o homem que você escolheu. Conversem, usem de sua sutileza, esquive-se da culpa, que não é sua, e pontue ao seu companheiro o quanto ele é capaz de resolver as questões. Ajude, auxilie, mas não faça por ele.
Talvez até existam homens que amem demais, mas pode-se ter certeza, que esse amor demasiado, que cega, estará, provavelmente, ocultando algo do comportamento que acabo por compensar nesse sentimento.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Porque ir ao psicólogo?

Varias vezes já ouvi ou fui questionado quanto a essa pergunta. Porque ir ao psicólogo? O que acontece em uma sessão?
Eu sempre respondo que buscar um psicólogo, nunca foi e quanto mais hoje, como uma parcela da população acredita, de que pode evitar de ficar louco! Buscar um atendimento psicológico, é que dentro de um espaço fechado, que chamamos de setting terapeutico ou analítico, as pessoas possam falar de seus problemas, suas dificuldades, suas dores e sofrimentos, angustias, e também, por que não suas felicidades, alegrias e conquistas.
Além disso, esse espaço fechado, nos oferece uma possibilidade que o mundo, que está do lado de fora da porta do consultório, não nos dá chance. Falo da rica oportunidade do errar!
Nesse setting terapeutico, pode-se errar, recomeçar, reconstruir, reformular, questionar, chorar, ter uma possibilidade de poder pensar e refletir que caminhos tomaremos quando sairmos por aquela porta. Poder errar em um espaço protegido, nos dá a segurança de encararmos o mundo com uma segurança maior, com uma dose de coragem extra. Poder ter um espaço onde isso é permito é muito valioso. Poder a cada sessão ir sentindo-se mas forte, mais confiante, e para isso foi preciso errar, reformular o pensamento, questionar atitudes que seriam tomadas dentro do consultório, com o acolhimento necessário, que não haveria do lado de fora da porta.
Isso nos assegura de que nossa tentativa formulada dentro do consultório será cumprida? Nem sempre, porém, as vezes nosso sofrimento pode ser maior, quando tentamos sem a possibilidade de termos testados essas possibilidades antes.
O mundo é cruel e não nos permite erro, na maioria das vezes. Falar em perdão é muito fácil, mas perdoar é muito difícil, e isso torna nosso mundo ainda mais cruel. Fazendo escolhas, nem sempre temos a certeza de que nossa escolha foi a correta, mas o mundo nos obriga a seguir em frente. E temos de seguir, mas no espaço protegido do consultório, naquela uma hora, eu me possibilitei errar, refletir, pensar nas possibilidades que possam ocorrer, enfim...pude conhecer mais do que posso enfrentar e o melhor de tudo, pude conhecer mais de mim mesmo!
Quando se está decidindo por que caminhos seguir após uma desilusão amorosa, a perda de um emprego, uma decisão importante com custos emocionais altos, projetarmos nossas possibilidades de erros faz com que possamos ter uma abrangência maior do que podemos enfrentar do lado de fora da porta. Nos preparamos melhor, para as armadilhas da vida, e ficamos mais atentos, para não cairmos nela.
O psicólogo tem o papel de ser o espelho, ou seja, refletir o que está sendo discutido na sessão, para aí sim, o paciente consiguir entender o que está acontecendo no seu mundo interno (ou psique).
Ir ao psicólogo as vezes pode doer, afinal, olhar nossas dificuldades mais agudas nunca foi e nem será fácil, mas também podemos sair com um sorriso no rosto por ter conseguido seguir pelo caminho correto, ou poder falar na sessão do que conquistamos. É uma vez por semana, que muitas vezes como ouço no consultório, os pacientes dizem que é uma hora naquela semana corrida e agitada que a pessoa escolheu para estar com ela...e quanto rico pode ser este momento!
Poder a cada sessão, saber um pouco mais quem é você, e por consequencia, descobrir mais o que posso querer do outro, o que posso esperar do mundo, quais as tentativas que posso fazer, que me traga menos sofrimento, pois afinal, eu já errei bastante na sala do psicólogo e fui acolhido, tenho mais coragem para poder enfrentar o que me espera lá fora, com confiança e segurança maiores.
O mundo, em decisões que precisamos ter, as vezes não nos acolhe. Então prepare-se, invista em você, faça psicoterapia, e crie a possibilidade de se tornar mais forte para as adversidades que possam surgir ou as conquistas a serem comemoradas.

domingo, 3 de abril de 2011

Sejam bem vindos!! Na primeira postagem, quero começar contando qual a intenção do blog. Abordar alguns temas trabalhados em consultório com meus pacientes, temas das palestras, experiencias minhas que possam contribuir com o cotidiano de cada um a entender e talvez superar as suas dificuldades. Mas primeiro é preciso entendê-las!

Um paciente me relatou que começou a participar de corridas de rua de 5 quilômetros, contando-me com detalhes de como elas funcionam. Ele relatava que em determinado momento da corrida ele cansava demais e sintomas de ansiedade apareciam, muitas vezes o impedindo de completar o trajeto. Para quem nunca teve uma crise de panico, a certeza da morte e a pequena depressão que precedem a crise são os piores momentos, além dos sintomas físicos e seus desconfortos como taquicardia, sudorese nas mãos, tremores, aumento da motilidade intestinal, etc, ou seja, um grande desconforto instalado através de varias reações corporais.
Uma pessoa ansiosa, pode ter sua crise desencadeada por vários fatores. Nesse caso, esse paciente estava viajando de carro. Não era sua primeira crise, mas nitidamente já não as aguentava mais.
Pontuei a ele a relação que havia entre as corridas e a ansiedade. Quando vamos trabalhar, correr atrás das nossas vidas, buscando nossas felicidades ou lutando para ter nossas contas pagas, é a nossa largada. Batalhar o cotidiano, lidar com pequenas frustrações e alegrias faz com que possamos ir ganhando experiencia de vida. As pressões, cobranças no trabalho, família, são varias as demandas que temos que nos desdobrar para darmos conta. Com meu paciente não era diferente. Ou seja, ele estava percorrendo o quilometro 1. Há energia sobrando e uma confiança certa que completará a prova no melhor tempo possível.
Com o passar do tempo, passou a sentir-se sufocado por situações que não conseguia mudar. Ele não mudava e não via como mudar seu comportamento. O sentimento de impotência, incompetência era cada vez maior. Para ele, é como se a vida transcorresse em círculos. Ele estava no quilometro 2, um pouco mais cansado, mas pensando que a respiração vai ficando pesada e o cansaço se aproximando.
Para tentar algo novo, resolve se distrair e sair para uma pequena viagem de carro e no trajeto, tem simplesmente 3 crises de panico consecutivas...aquilo para ele era o ponto final. No dia seguinte ele vem ao consultório.
Ele estava no 3,5 Km. O momento que ele não vai chegar no final, a frustração tomou conta, o desgaste é grande, e a decisão por parar e tentar uma outra vez parece ser a mais acertada. Mas sabe também, que terá de lidar mais uma vez com o sentimento de impotência e incapacidade. O que fazer se não aguento mais?
É a hora de diminuir o ritmo, buscar folego, pegar água no ponto de hidratação, ou seja, ele vai decidir se arrisca ou para. Quando o ritmo é diminuído, e o folego vai sendo retomado, vem a sensação de que chegar pode ser possível. De que não foi vencido por aquele momento. A crise de panico não pode me parar. Quando ele reduziu a velocidade, procurando a terapia, pode perceber o quanto sua vida estava em um ritmo errado, se preocupava somente com os outros, acolhia a todos, dedicava sua vida as pessoas que o cercavam, exigia grandes retribuições por seu enorme esforço de agradar ao outro, tudo tinha prioridade, menos ele mesmo. Trabalhávamos na sessão o ser um pouco mais egoísta e que a ansiedade pode ser um alarme tocando nos mostrando de que ultrapassamos limites, os nossos limites e que se não fizermos nada a ansiedade vai nos parar.

A medicação passou a fazer parte do seu cotidiano, o autoconhecimento e principalmente o amor próprio foram ganhando espaço na sua vida, conseguindo dedicar mais seu tempo as atividades que queria fazer, o que lhe trazia mais prazer, ter mais satisfação em sua vida.

Nota de rodapé nº1: Se não formos prioridade para nós mesmos como conseguiremos dar conta de nossas vidas? Ser prioridade, ter amor próprio é o mais importante, e em muitas vezes nas crises ansiosas, elas aparecem podendo nos sinalizar esta situação. Está nas nossas mãos decidir se vamos continuar a corrida ou não, desde que eu me perceba, que eu me veja!

Atualmente, ele está saindo da medicação, se conhecendo melhor, tendo mais consciência de quem ele é e do quanto importante ele tem de ser para ele mesmo, atento a quando estará extrapolando seus limites. Em vários momentos ele retoma a estória dos 3,5 Km, para mostrar a ele mesmo, que ele pode cansar, achar que não vai chegar, mas se diminuir o passo, tomar folego, e focar qual é seu objetivo, tudo se torna possível.
Milagrosamente ou não, como ele fala, as crises não apareceram mais, está com um trabalho mais sólido e está em um relacionamento mais seguro, onde principalmente sente-se mais feliz, ou seja, está quase completando a corrida, vendo a chegada, sentindo a medalha no seu peito, mas principalmente, sabendo que ele é capaz de poder superar suas dificuldades, simplesmente tendo mais amor próprio, cuidando mais de si.