terça-feira, 12 de abril de 2011

Para onde um "pé na bunda" pode te levar?

Quem nunca passou por essa situação? Ter um amor, onde projeta-se o futuro, a casa que vai morar, quantos filhos serão e quais seus nomes, para onde viajarão nas férias...ah, o amor!!
Mas e quando esse amor termina, pelo menos para um deles, e o outro toma um “pé na bunda”, o que fazer? Para onde esse “pé na bunda” pode me levar?
Muitas vezes, pacientes chegam ao consultório com esse questionamento, sofrendo, desesperados, chorando, precisando serem acolhidos pelo outro que os deixou. Pensam que é o fim do mundo, nunca mais acharão outra pessoa, que são horríveis, e todos os adjetivos negativos que possam ser usados. Raiva, frustração, querer saber se o (a) antigo (a) parceiro(a) já está em outro relacionamento ou nos abraços de outra pessoa enquanto se está chorando e querendo descobrir fórmulas mirabolantes para retomar a relação.
Em alguns momentos, o retorno da relação é possível, existe uma abertura de ambos para que a relação seja retomada, pois pode ter havido uma discussão e um término prematuro, e todo um amor ainda paira nesse relacionamento. Nesses casos, oriento a refazer os contratos da relação. Os direitos e os deveres de cada um, o que cada um concorda nesse contrato e o que precisa ser alterado. E vivam felizes! Mas e para as pessoas que isso não foi possível?
Se formos muito práticos, um “pé na bunda” sempre te levará para frente, principalmente segundo as leis da física...e quem nunca ouviu isso? Mas como ir para frente, como seguir minha vida em um momento desses?
Simples! O conhecimento popular já diz: você foi levado para frente, mas ainda não percebeu isso.
Um “pé na bunda” é a ruptura de um relacionamento ou uma discussão mal resolvida como já vimos antes. No caso da ruptura, partimos do princípio de que manter aquele relacionamento já estava insustentável para ambos. Um término, para quem levou o “pé”, faz com que a autoestima fique rebaixada, nada mais é possível, e o choro inevitável.
Porém, uma hora esse sentimento passará, e pode ser que olhe para trás e pense: Nossa, nem era tudo isso, porque me desesperei tanto?”
Ok, você pode-se dizer quase curado. Mas porque do quase? Se em algum momento do pós término, você fez algum desses movimentos desesperados que falamos antes como, correr atrás do parceiro e ouvir um não quanto ao retorno da relação, tudo bem, tem-se o direito de fazer isso, mas aí chega, você já conhece a resposta. Insistir nisso seria um erro, mas o desespero interno faz com que se vá atrás novamente, e é nesse ponto que descobrimos para onde um “pé na bunda” te leva.
Te leva a perceber sua falta de amor próprio!! Faço de tudo para ter o outro (a) de volta, a que preço? Ao preço do seu amor próprio.
Todas as vezes em que nos desrespeitamos para ficar com outra pessoa que não nos quer mais, faz com que afastemos essa pessoa ainda mais. Quem quer ficar com alguém que não gosta nem de si mesmo?
Mas e como faço para recuperar esse amor próprio? Invista toda a libido do amor não mais vivido em você. Dedique-se ao seu tabalho, aos seus prazeres, aquilo que em alguns momentos que você queria fazer, mas cedeu aos pedidos da outra pessoa que hoje não está mais com você, faça para você aquilo que tem vontade de fazer, faça um jejum deste outro(a) que não está mais com você. Respeite-se! Lembre-se: o momento da outra pessoa já passou, e agora você inicia um novo relacionamento: com você mesmo.
Amor próprio somente nós podemos dar a nós mesmos. Não há relacionamento que faça isso. E, enquanto não souber fazer isso, nem pense em outro relacionamento, afinal estará apenas substituindo.
Amor próprio se conquista com o tempo, reforçando esse sentimento a cada atividade que faz para você e por você. Quando conquistamos algo, nosso amor próprio é reforçado. Então, lembre-se: reforce a você mesmo, e estará mais pronto(a) para conhecer-se melhor e estar muito bem com você mesmo. A partir desse momento, conseguindo viver para você, fazendo suas atividades, destinando seu tempo para as atividades que você precisa fazer, a “inteligência da vida” te apresentará uma outra pessoa, e sem dúvida se estará muito melhor para uma outra relação, e não repetindo tantos erros, pois antes de se envolver com a outra pessoa, você está envolvido e comprometido com a sua vida.



8 comentários:

  1. Olá André, parabéns pelo blog! Tenho gostado muito dos seus textos! Abraços, Sandra

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  2. Obrigado Sandra! Fico muito feliz que esteja gostando e acompanhando os textos!

    http://psicosaude.wordpress.com/
    Adorei o seu também, ótimos textos, e ótima interação com o público!!
    Abraços

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  3. "Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
    E lembra-te:
    Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão".

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  4. Muito bem escrito Re!!!
    Esse é o pensamento do texto também, e se colocarmos isso em prática diminuimos nosso sofrimento e do outro também...simplesmente nos conhecendo melhor!

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  5. Gostei! Vou indicar o texto para uma pessoa que tá realmente precisando ler isso.

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  6. Já ouvi várias vezes que o melhor amor é o amor próprio. Concordo, mas é impossível ser feliz sozinho :)
    Certamente amar-se sem anular-se ao amar outra pessoa, é a receita do bem-estar no relacionamento.
    Excelente texto!

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  7. Adorei, adorei.
    UM PÉ NA BUNDA TE LEVA PRA FRENTE!!!!
    ÓBVIO...
    Beijo no coração!!!!

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  8. Ya, Carol e Lygia, agradeço pelos comentários e peço perdão pela demora no comentário.
    Obrigado!

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