terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Entendendo o processo de luto


Embora para algumas pessoa possa demonstrar sensacionalismo, comentarmos e analisarmos o fato que levou vários jovens a morte em Santa Maria/RS nos ajudará a entender questões importantes do cotidiano, além de obviamente revermos nossas leis, principalmente as que envolvem segurança em locais fechados. Alguns pacientes sentiram-se abalados com a visão de pessoas falecidas no chão e o desespero. Questionaram como é possível lidarmos com a morte? Como podemos aceitar essa condição? E nossas conversar transcorreram pela questão de como lidar, aceitar e se desenvolver através da morte pelo sentimento de luto.

Sabemos que não há como evitarmos a morte e para tanto ela torna-se uma ultima etapa da vida. Mas como poderemos entende-la e superar o sentimento da ausência de quem se foi?

Alguns estágios fazem parte da superação do luto. São 5 estágios: alarme, torpor, procura, depressão e organização. Na fase do alarme é caracterizada pelo estresse e alterações de pressão e do batimento cardíaco. A fase do torpor é o momento em que o sujeito tenta demonstrar que só está afetado superficialmente, protegendo-se do desespero. Na fase da procura, há uma busca pelo ser perdido. A depressão, como quarta fase, representa a desesperança com relação ao futuro, pois não visualiza como continuar a sua vida depois da perda. Por ultimo, através da organização, passa-se a considerar uma continuidade da vida após a perda sofrida.

Alguns sintomas também aparecem durante esse período que simbolizam o sofrimento. Tristeza, raiva, culpa, ansiedade e solidão. Sintomas cognitivos como: descrença, confusão e sensação de presença. Sintomas comportamentais: transtornos do sono, de apetite. Isolamento, choro, sonhos com a pessoa morta e hiperatividade. Por ultimo, queixas somáticas: vazio no estomago, aperto no peito, hipersensibilidade ao barulho, falta de ar, fraqueza e boca seca.

É importante durante o tratamento, o paciente reconhecer, através da conversa com o psicólogo, que trata-se de um processo natural da vida e que os sintomas indicam o curso normal do luto. Aprender novas habilidades tanto cognitivas quanto comportamentais, ajudará na readaptação da vida com a ausência da pessoa falecida. É lembrado de que reformulações no papel familiar e na sociedade são necessárias, para dar espaço ao novo. Existem recursos e técnicas que podem ser usadas no consultório e acompanhado o desenvolvimento da pessoa na aceitação e superação do luto.

Lembrar, ter carinho e amar uma pessoa que se foi é natural, porém a morte não pode nos limitar e impedir a vida. Espaço para o novo, para a renovação tem de haver em todos os aspectos e para isso a ausência se faz necessária. Essa morte não precisa ser catastrófica, sofrida como a que ocorreu recentemente. Sim, o que houve foi uma catástrofe. Mas determinar, como a morte ocorrerá, infelizmente, não está em nossas mãos.

 

 

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