quarta-feira, 11 de maio de 2011

poder e amor

Se analisarmos, as relações possuem dois momentos bem distintos, geralmente é assim. O começo de uma paixão avassaladora, digamos quase adolescente, que não consegue fazer uma refeição direito, o telefone celular está sempre ao lado, o olhar distante e o pensamento vagando imaginando e sonhando acordado com a sua paixão.
Porém, anos passam, as vezes meses bastam, e essa paixão se esvai, e o que resta é uma relação movida pelo silêncio, falta de respeito, consideração, onde imposições prevalecem. Como uma disputa de poder, para saber quem pode dominar o outro, quer seja pela razão ou pelo sentimento, mas a busca desse domínio está sempre presente, afinal, ganha-se o poder de acusar o outro de que um erro aconteceu...que delícia de relacionamento...que prazer!!!
Uma frase de Carl Gustav Jung, veio a mim, para que pudesse pensar exatamente a distinção desse momentos. Para onde foi o amor? O que foi colocado no lugar dele? E, talvez a pior de todas, porque isso aconteceu exatamente no relacionamento que era para dar certo?
Talvez a resposta seja mais simples do que se imagina.
Quando deixamos o outro (a) fazer o que precisa, como precisa e quando precisa, sem que possamos colocar nosso pensamento ou nosso desejo, nos submetendo simplesmente ao desejo do outro, acabamos passando por cima de uma pessoa importantíssima e de nome curto: EU!!
Essa atitude, dá a liberdade para que a outra pessoa com o tempo domine e a cada dia conquiste mais espaços.
Outra situação, um dia atarefadíssimo de trabalho, suportando pressões, faz com que em casa possa “adquirir por direito” o ser eu mesmo, e aí inclui a falta de respeito com quem mora com junto ou compartilha da sua vida. Ou seja, o poder descarregar o estresse do meu trabalho em casa, pois é “minha casa”, faz com que possa agir como quiser...erro de novo!!
Também, temos que ver outra possibilidade: me ocupo tanto desse relacionamento, deixo todas as outras situações da minha vida em segundo plano, para que? Esse é o pensamento de várias pessoas, que dessa forma, se dão o direito de poder “cuidar do seu amor” de uma maneira que sufoca o parceiro (a), ou seja, cheio de boas intenções, mas somente com o outro. Olhe para você, cuide de você, para depois poder cuidar do outro.
Esses são alguns exemplos de como é fácil ter situações em que substituo o amor colocando o poder no lugar. Com intuitos de cuidar, ajudar, seja a mim ou ao outro...mas acabo passando por cima muitas vezes de mim mesmo, do respeito, da harmonia de uma relação saudável. E como vimos, de construtivo,o uso desse poder não nos acrescenta em nada!!
Ah...a frase que veio a mim e me fez pensar nesse texto: ONDE O AMOR IMPERA, NÃO HÁ DESEJO DE PODER, E ONDE O PODER PREVALECE, HÁ FALTA DE AMOR. UM É A SOMBRA DO OUTRO (C.G.Jung)

2 comentários:

  1. Bacana André boa explanação!
    Pela minha experiência tenho pra mim que paciência e harmonia são culpadas pela construção de uma relação ideal, são indispensáveis.
    Diferentes de algumas mascaras que usamos no trabalho, na universidade, no teatro e no cotidiano fora de casa, a mascara dentro de casa com a namorada seria praticamente o rosto de buda... hehe
    Abraço!
    Parabens pelo blog

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pelo comentário Rafa! E desculpe pela demora na resposta.
    Mascaras são indispensáveis na nossa vida, existe um conceito junguiano chamado "persona" que mostra bem essa necessidade e organizarei um texto para podermos falar desse assunto!
    Abraços

    ResponderExcluir