sábado, 21 de julho de 2012

controle x segurança

Em vários atendimentos, nos deparamos com uma questão que se tornou comum no cotidiano: a busca pelo controle. Ter o controle nos indica que somos donos de nós mesmos, respondemos por nossas ações e comandamos o que é necessário comandar, principalmente mente e coração.
Porém, a perda do controle gera o medo, afinal, aquilo que era controlado, passou a ser uma ameaça. E o medo, é uma das essências de uma patologia muito comum nos dias de hoje, chamada ansiedade.
Os pacientes questionam como é possível recuperar esse controle, o que é necessário ser feito? O primeiro passo é se deparar com uma questão: é necessário mesmo o controle ou iniciamos a busca por outro sentimento? Uma possibilidade de uma proteção real diante das situações.
Essa proteção real, chama-se segurança.
Quando controlamos, nos tornamos vulneráveis, afinal ter controle é uma ilusão. Vejamos, que qualquer situação externa pode acabar com nosso controle rapidamente. Uma pessoa dirigindo a 150 Km/h, pode alegar ter o controle da direção, porém um animal pode cruzar a pista e o controle acabou. Ou quem sabe, outra situação em que a pessoa tenha controle do bom andamento do seu relacionamento, porém por estar certo e cego demais é surpreendido com o término ou uma traição do seu cônjuge. Essas situações mostram como o controle é ilusório.
Desta forma, buscar segurança, faz com que possamos ganhar em qualidade de vida e não nos tornarmos tão vulneráveis diante de nossos medos. Ter segurança, sentir-se seguro é poder reconhecer os próprios limites. Saber até onde posso ir, respeitar, porém sem perder a coragem. Com coragem, é possível arriscar, mas não cegamente, mas sim tendo conhecimento de quais serão os riscos e onde podemos ser apanhados.
Quando somente controlamos, abrimos uma possibilidade de vivenciarmos uma patologia chamada ansiedade ou em grau mais elevado, que seria o transtorno do pânico. O sintomas já conhecidos como taquicardia, tremores, suor, falta de ar ou asfixia, boca seca, desrealização (sensação de não saber onde está), despersonalização (perder a ligação com a própria personalidade), aparecem nesse momento, pois com a perda do controle e a idéia de que uma catástrofe iminente ocorrerá, fazem com que os sintomas sejam desencadeados. A idéia da catástrofe é o ponto alto de uma crise em um transtorno do pânico e por conseqüência, percebemos que nosso controle não existe mais. Somente com muito trabalho e segurança, podemos retomar uma forma agradável e saudável de viver.
Ter segurança nos exemplos já citados, é dirigir a uma velocidade segura ou poder sempre abrir uma possibilidade de diálogo no relacionamento. Essa segurança fará com que viver se torne mais prazeroso e menos controlador. Controle não nos faz bem, nos limita de forma a suprimir a coragem.
Ser seguro é saber de suas possibilidades e criar estratégias para poder superá-las ao seu tempo. Reconhecer limitações para poder superá-las. É acreditar nas suas capacidades e saber que o impossível pode vir a se tornar possível, pelas suas conquistas, pelos seus méritos.